Quem já acompanha minhas andanças por um tempo, sabe o tamanho da minha paixão pelos castelos, palácios e histórias medievais, especialmente as portuguesas. Tenho me dedicado a estudar a cada dia mais a história, as curiosidades e as construções emblemáticas desse país avassalador que é Portugal. Hoje vou falar um pouco sobre o belíssimo e muito afamado Castelo de Óbidos.
Um verdadeiro símbolo histórico de Portugal, o Castelo de Óbidos está completamente restaurado nos dias de hoje, sendo este um dos mais belos castelos em atividade. Atualmente um hotel está em funcionamento em suas instalações. Ele está localizado no distrito de Leiria, numa vila que detém o mesmo nome, a vila de Óbidos, pertencente à freguesia de Santa Maria, bem pertinho de Lisboa. Se encontra sobre um modesto penhasco à beira de um extenso areal, que ainda recentemente as águas do mar acabaram por cobrir. Óbidos pode hoje orgulhar-se do interesse que muitos portugueses e turistas mostram ter pelo Castelo de Óbidos.
Formando um quadrado, com cerca de 30 metros de lado, a muralha casteleira reforçada de torreões cilíndricos cerca um terreiro no qual se erguia o Paço do Alcaide, cujas ruínas deram uma nova vida. Foi trabalhado um projeto há poucos anos que continha a intenção de restaurar o Castelo. Tendo sido aplicada esta restauração, por intermédio da Direção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais.
Este Castelo foi mencionado como uma das Sete Maravilhas de Portugal em 2007, sendo este classificado como um Monumento Municipal.
História do Castelo de Óbidos
Está comprovado que este morro foi um local habitado em tempos pré-históricos. Algumas das provas encontradas neste local foram os vestígios alimentares, embora tênues, e sobretudo a circunstância de certamente terem sido habitantes, nessas remotas eras, as colinas vizinhas, o Outeiro da Assenta, o Outeiro de Santo Antão, entre outros pontos históricos importantes.
Como porto marítimo, Óbidos chamou à atenção dos vários povos cujo domínio sucessivamente se exercia no ocidente da Península. No decorrer dessas batalhas, os Romanos de certa forma, e com certeza os invasores Muçulmanos, a fortificaram. Não passam despercebidas as pequenas parcelas, ainda hoje existentes, com o estilo mouro.
Podemos ainda observar e imaginar a resistência que D. Afonso Henriques possa ter encontrado neste espaço, quando em 1148, após a conquista de Santarém e Lisboa, o primeiro Rei lançou-se com objetivo de apoderar-se de todas as regiões vizinhas.
Os grandes progressos construtivos dessas fortificações acompanharam de algum modo os sucessos da história local.
Tendo sido documentado que em 1153, o Castelo de Óbidos passaria a ser uma referência, e do reinado seguinte, o de D. Sancho I, restando como prova, uma inscrição da Torre do Facho.
Os anos foram passando e, em torno do século, Óbidos encaixou-se entre as terras que os leais ao deposto D. Sanho II negaram reconhecer a autoridade ao Conde de Bolonha, futuro D. Afonso III, resistindo assim em 1246 sem desfalecimentos, vitoriosamente nos ataques contra a vila e o castelo. Moveram para longe as hostes de Afonso, dando assim o notável exemplo de indefectível lealdade que o próprio regente, tornado Rei, veio a reconhecer e até mesmo a homenagear.
A possibilidade da invencível resistência mostra que Óbidos era uma povoação muralhada, situação perfeitamente harmônica dada a sua importância e desenvolvimento demográfico. Não só porque, embora seja desconhecido o seu foral antigo, há documentos de 1254 que mostram o desenvolvimento municipal, mas também por se saber que em 1259 já estavam edificados quatro templos.
Depois de várias guerras, com o decorrer dos séculos ao acabar estes períodos de guerra, Óbidos e o seu Castelo foram modestos em ocorrências bélicas, que brilham ainda neles um halo de lealdade e um imperecível timbre dos seus feitos.
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