Aqui nasceram, viveram ou morreram. Descubra as paradas obrigatórias neste roteiro literário por Lisboa.
Alguns espaços receberam novos inquilinos, outros tornaram-se museus que celebram o trajeto dos escritores, outros, ainda, serviram-lhes unicamente de última morada. De colina em colina, por ruelas, becos, largos e avenidas, de um rés-do-chão (piso térreo) para Camões a um miradouro (mirante) para Sophia, sem esquecer da fachada emblemática no Bairro Alto por onde passaram não um mas vários escritores, a cidade de Lisboa fervilha com a presença histórica. Aventure-se, deixe os livros em casa e permita-se levar pelo caminho deste guia lindamente elaborado pela Time Out Lisboa, para um roteiro literário pela cidade onde vai poder experimentar todos os pedaços do passado, página por página.
Casas de escritores
É sabido que Pessoa (1888-1935) se desdobrou em inúmeras vidas e que conheceu muito mais que um endereço alfacinha (gíria lisboeta), saltitando de teto em teto. Pode guiar-se por um roteiro mais alargado pela capital (leve calçado confortável) ou então optar por uma única parada, em Campo de Ourique, na Rua Coelho da Rocha. Desde 1993 que a Casa Fernando Pessoa funciona como “casa da poesia”, acolhendo diferentes eventos.
Suba a Calçada de Santana de Camões
Em 10 de Junho de 1911, Joshua Benoliel captava a população que se reunia diante do rés-do-chão (térreo) do número 139 da Calçada de Santana, em mais um aniversário da morte do autor de Os Lusíadas. Aqui se terá despedido da vida o poeta Luís Vaz de Camões — o dia o leitor já sabe, o ano acrescentamos agora, para os mais desmemoriados: 1580. Na verdade, todos estes são detalhes pouco relevantes para a discreta tasquinha que aqui funciona, mas se por aqui passar pode tirar pelo menos uma foto.
Uma mão cheia de literatos no Bairro Alto
Não é por acaso que a Time Out já dedicou todo um artigo a este assunto. Se passar pelo número 6 da Rua João Pereira da Rosa terá motivos para recordar os nomes de vários escritores. Basta escolher. Neste prédio chegaram a viver Ofélia Marques, José Gomes Ferreira (que falaremos mais adiante), Bernardo Marques, Fernanda de Castro, Oliveira Martins, Ramalho Ortigão e António Ferro.
Recorde Saramago na Casa dos Bicos
O edifício remonta ao século XVI e a fundação dedicada à vida e à obra do Nobel da Literatura existe desde 2007, instalando-se em 2012 neste espaço a um pulo de Alfama. A visita permite acompanhar a exposição permanente sobre José Saramago (1922-2010). Se estiver a par da agenda, pode apanhar lançamentos de livros, palestras e outros eventos.
Com Mário Cesariny seguimos até Alfama
Em Novembro de 2016 assinalaram-se os dez anos sobre a morte de Mário Cesariny, mas a evocação do trabalho do escritor e pintor surrealista continua viva. Esta é uma casa especial, não no sentido de residência do artista, que não foi, mas no contexto do espaço de acolhimento do seu acervo. É na Casa da Liberdade, na Alfama, que pode visitar exemplos do Surrealismo Nacional e Internacional, das Vanguardas do século XX e da Arte Moderna e Contemporânea Africana de países lusófonos, entre outros destaques.
Ao encontro de Mário Dionísio na Casa da Achada
Mário Dionísio (1916-1993) escreveu, pintou, criticou e deu aulas. Na Casa da Achada, o centro que leva o nome do autor encontra o seu arquivo, a par de uma programação variada, que inclui ciclos de cinema, oficinas, conversas, etc. Esta associação cultural foi criada em 2008 por um grupo de 58 fundadores — todos eles, de uma forma ou de outra, tiveram algum tipo de relação com Dionísio.
Apanhe boleia para o Lumiar de Cesário Verde
Casas onde nasceram escritores, casas onde morreram escritores, espaços onde não aconteceu nem uma coisa nem outra mas que fazem as vezes de museu, e ainda moradas que seguiram o seu caminho e continuam a ser habitadas por gente de carne e osso, que vai escrevendo a sua história. Assim sucedeu com os números 12 a 14 do Largo de São Sebastião, no Lumiar, onde o poeta Cesário Verde (1855-1886) passou os seus últimos dias.
Mate saudade da rua de Ary dos Santos
A sua irreverência foi homenageada em canção pelo grupo Rua da Saudade, a mesma referênca usada para uma biografia. E não é por acaso. Foi aqui que José Carlos Ary dos Santos viveu praticamente toda a sua vida, marcando para sempre as assoalhadas desse primeiro andar no interior do número 23. Só mais uma ótima desculpa para serpentear pela zona do Castelo e arredores.
A Travessa das Mónicas de Sophia
Foi no Porto que nasceu Sophia (1919-2004) mas o primeiro andar do número 57 da Travessa das Mónicas reclamará para sempre a sua presença, entre um café e um cigarro, companhias imortalizadas na fotografia de Eduardo Gageiro. Explore o bairro da Graça e o seu miradouro, oportunamente batizado como Miradouro Sophia de Mello Breyner Andresen.
Termine na Avenida do Rio de Janeiro, com José Gomes Ferreira
A lápide de homenagem foi revelada em 1990, num prédio de esquina da Avenida Rio de Janeiro. Nada como circular pelo bairro de Alvalade para reinventar os passos de José Gomes Ferreira (1900-1985). O escritor, que nasceu no Porto e com apenas quatro anos seguiu com a família para Lisboa, morreu nesta casa. Acabaria por dar nome a uma rua, entre a Rua Silva Carvalho e a Avenida Engenheiro Duarte Pacheco.
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