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Os 12 melhores lugares para visitar em Barcelos 

Atravessando a antiga ponte sobre o Rio Cávado, entramos numa das localidades mais emblemáticas da arte popular minhota, Barcelos. É uma cidade antiga, situada num local com vestígios arqueológicos desde a Pré-História, mas foi no séc. XII que sua história começou, primeiro quando D. Afonso Henriques lhe concedeu foral e a tornou vila e depois quando D. Dinis, em 1298, quis compensar o seu mordomo-mor João Afonso e o tornou conde, doando-lhe a povoação em título. Vem conferir um pouco da história e os 12 melhores lugares para visitar em Barcelos.

Em 1385, o Condestável Nuno Álvares Pereira tornou-se o 7º Conde de Barcelos. Entregaria a vila como dote no casamento da filha D. Beatriz com D. Afonso, bastardo do rei D. João I. Começou então uma época de grande desenvolvimento e dinâmica para Barcelos, revelado com a construção da ponte, a muralha (de que resta a Torre da Porta Nova), do Paço dos Duques e da Igreja Matriz. São estes monumentos que constituem hoje o centro histórico da cidade que mantém um agradável ambiente medieval pontuado por solares e casas históricas como o Solar dos Pinheiros ou a Casa do Condestável. 

1. Centro Histórico de Barcelos 

O centro de Barcelos é, por si só, a representação de uma herança cultural e histórica própria. Conhecida como a capital do artesanato e cidade berço da lenda do Galo de Barcelos, tem no seu tecido urbano a marca indelével da história secular, ainda viva. A cor, vivacidade e alegria minhota são indescritíveis. Vale a pena um passeio atento pelo centro e vislumbrar os espaços verdes e os jardins coloridos desenhados por ?ores e arbustos. 

Pelas ruas e ruelas tente elevar o seu olhar às varandas decoradas. Desfrute da tranquilidade de uma esplanada ou, simplesmente, parta à descoberta dos espaços verdes ribeirinhos. Ao afastar-se da urbe facilmente poderá dar conta das paisagens naturais a perder de vista, mas também de um vasto patrimônio artístico, monumental e religioso, pontuado por casas solarengas, moinhos de água, espigueiros e vinhedos. 

2. Templo do Bom Jesus da Cruz 

A origem da Igreja do Senhor Bom Jesus da Cruz está relacionada com o misterioso aparecimento de uma Cruz de terra negra no chão do Campo da Feira, em Dezembro de 1504, e onde logo se construiu uma pequena capela para lembrar o sinal divino. Dois séculos depois, em 1704, construiu-se uma igreja no mesmo local segundo o projeto do João Antunes. O conhecido arquiteto português optou por um estilo muito característico do norte do país em que o granito, principal material utilizado na construção local, e o branco da cal se conjugaram nas harmoniosas formas barrocas, neste caso de inspiração italiana. 

O interior, de planta octogonal, impressiona pela robustez do monumento que se vê pelas grossas paredes e na pesada cúpula de granito, com cerca de 10 metros de diâmetro. De notar os altares de talha dourada, nomeadamente o que tem a imagem do Senhor da Cruz datada do séc. XVI, e os painéis de azulejo setecentistas da autoria de João Neto, um azulejador lisboeta. Tem aqui lugar uma das mais importantes festas religiosas do concelho de Barcelos, a Festa das Cruzes, que se realiza no início de Maio. Nessa altura, vale a pena a visita para admirar a os tapetes de pétalas que cobrem o chão da igreja durante a festa que dura cinco dias. 

3. Paço dos Condes de Barcelos 

Quem entra em Barcelos pela ponte sobre o Rio Cávado logo encontra um espaço ajardinado onde as ruínas do antigo Palácio dos Condes de Barcelos testemunha o passado histórico medieval. É o que resta de uma construção de inícios do séc. XV devida a D. Afonso, 8º Conde de Barcelos e 1º Duque de Bragança e um dos monumentos mais emblemáticos da cidade. Com uma aparência de palácio-castelo foi no seu tempo um edifício nobre que revelava o poder e riqueza crescentes do proprietário, bastardo do rei D. João I, impondo-se na paisagem urbana com as suas altas chaminés em forma de canudo. 

Manteve-se como residência dos Condes até ao séc. XVII, altura em que começou a cair em ruína, acelerada pelo terramoto de 1755. O que restou serviu, muito apropriadamente, de cenário para um Museu Arqueológico ao ar livre, que aí podemos visitar. No museu, podemos encontrar peças que testemunham o povoamento do região desde a Pré-História. Sarcófagos medievais, símbolos heráldicos, marcos da Casa de Bragança, vários elementos arquitetônicos vindos de igrejas e conventos desmantelados e pedras brasonadas de antigas casas nobres já desaparecidas completam o espólio arqueológico em exposição. Chama-se especial atenção para o Cruzeiro do Senhor do Galo, proveniente de Barcelinhos (uma das freguesias de Barcelos situada do outro lado do rio), datado de inícios do séc. XVIII que nos conta em baixo-relevo a antiga lenda do ex-libris da cidade. 

4. Igreja Matriz de Barcelos 

Monumento do séc. XIV, a Igreja Matriz de Barcelos, dedicada a Santa Maria Maior, mantém a robustez medieval na aparência, embelezada por alguns elementos decorativos e arquitetônicos que revelam a imposição do estilo gótico numa estrutura românica. A iniciativa da sua construção pertence a D. Pedro, 3º Conde de Barcelos que nos deixou a sua assinatura através do brasão de armas que podemos ver nas arquivoltas do portal principal. 

No interior, os capitéis historiados românicos afirmam o ambiente medieval contrastando com os painéis de azulejo de 1721, com cenas da vida de Nossa Senhora. Nas várias capelas laterais destaca-se a decoração barroca, em particular os altares de talha dourada. Na capela mor encontram-se ainda algumas telas maneiristas representando a Anunciação e a Adoração dos Pastores. No exterior, muito perto da igreja, podemos ver o Pelourinho de Barcelos.  

5. Santuário da Nossa Senhora da Aparecida 

A pequena paróquia de Balugães, em Barcelos, foi na primeira metade do século dezoito, centro poderoso de atracão católica para todos os portugueses, particularmente para os fiéis da região de Entre-Douro-e-Minho. Ali acorriam diariamente piedosas romarias de peregrinos, para venerar o local onde a Mãe de Deus se dignara aparecer. A falta de imprensa periódica para confirmar defender este fato sobrenatural, e sobretudo o arrefecimento da fé cristã, ocasionado entre nós, no final daquele século e na primeira metade do seguinte, pela penetração dos intensos erros maçônico liberais, na classe secular e eclesiástica, enuviaram a aparição de Balugães. 

Contudo, a fama dos fatos sobrenaturais de Balugães deveriam ser algo estrondoso, para que chegassem aos ouvidos do apreciado escritor mariano do século dezoito, Fr. Agostinho de Santa Maria, (1642-1728) o qual, entre muitas outras obras, publicou o “Santuário Mariano”, ou a História das imagens milagrosas da Santíssima Virgem, que residia em Lisboa, no seu, convento da Senhora da Boa-Hora, se não no de Évora, em que fora Prior e subissem os ecos da aparição à corte de D. Pedro II, com tal clarividência, que movessem a sua real piedade, perpetuada na coroa de prata que mandou à Senhora. E tudo isto naquele tempo em que Lisboa ficava distante de Balugães quatro ou cinco dias de viagem, nem havia imprensa periódica para registrar e espalhar esta graça divina.   

6. Igreja de Santa Maria (Abade de Neiva) 

A primitiva designação da paróquia era Abade, ou melhor, Santa Maria do Abade, constituindo-se em uma das paróquias da “terra” ou julgado medieval de Neiva. As Inquirições de 1220 referem-na, em latim, “Abbade”. A primeira edificação no local foi erguida em 1152 por iniciativa da rainha D. Mafalda de Saboia, esposa de D. Afonso Henriques, que entretanto não chegou a ver concluída em virtude de seu falecimento. Em 1220 a igreja já pertencia ao padroado real. Em 1301 foi doada por Dinis de Portugal a Mestre Martinho, físico do rei e cônego da Sé de Braga. 

Em 1310 o Arcebispo D. Martinho de Oliveira, a pedido de Mestre Martinho, institui nesta igreja uma Colegiada, composta de Reitor e três Capelães. Datam possivelmente do século XIV os começos da fábrica da atual igreja, o que poderia relacionar-se com a doação do padroado e a instituição da Colegiada. Foi doada em 1410 a D. Afonso, futuro duque de Bragança, em cuja casa se manteve até 1833. A torre possivelmente foi erguida no século XV. Em 1732 foi mandada consertar a galilé então existente sobre a fachada principal, e dois anos depois foram mandados abrir dois campanários na torre e erguer um coro, bem como pintar o teto e rebocar as paredes da capela-mor e da nave. Em 1758 as paredes do adro foram reformadas.   

7. Convento de São Salvador de Vilar de Frades 

O mosteiro beneditino de Vilar de Frades terá sido fundado em 566, pelo Bispo S. Martinho de Dume. Destruído pelas invasões muçulmanas, foi recuperado em 1070 por D. Godinho Viegas. Com as alterações sofridas no século XVI, transformou-se num grandioso exemplar da arquitetura conventual manuelina e maneirista no norte de Portugal. A nível arquitetônico, destaca-se o abobadamento da capela-mor e do transepto, da autoria do Arquiteto João de Castilho, que lhe conferem uma relevância artística semelhantes às suas demais obras a este nível em Portugal, como o Mosteiro dos Jerônimos e da Batalha. 

O portal manuelino da fachada principal é também um dos mais notáveis deste estilo. Foi casa-mãe da Congregação de Lóios ; é um dos mais imponentes conventos da região minhota e foi alvo, recentemente, de uma ação de recuperação que lhe devolveu o esplendor de outros tempos. Do período barroco é o retábulo-mor da igreja e valiosos azulejos do século XVIII.   

8. Casa da Azenha 

Situada na margem esquerda do Rio Cávado, junto à Ponte Medieval de Barcelos, a Casa da Azenha é um imóvel do Século XIX, agora transformada em museu, com explicação dos aparelhos de moagem e a ilustração do ciclo do pão em imagens e palavras. No piso superior deste imóvel funciona um “Help Point” de apoio aos peregrinos de Santiago, que ao penetrarem nos espaços do edifício e das suas dependências anexas usufruem de uma bela vista sobre o Rio Cávado e a Vila de Barcelinhos. Inaugurada com o evento de apresentação das Festas das Cruzes 2015, este imóvel, servil ao Turismo de Barcelos e à promoção turística do Caminho de Santiago, conta já com perto de 1000 utilizadores, sendo que a grande maioria são peregrinos do Caminho. 

O Núcleo museológico estará funcionando em breve com a introdução da roda exterior, que está ainda sendo finalizada, de acordo com o que o Presidente da Câmara, Miguel Costa Gomes, informou na cerimônia da Inauguração do edifício: “A roda está a ser tratada e já foi encomendada. A nossa vontade era ter a roda hoje, mas é um trabalho um pouco sofisticado, não é fácil arranjar alguém que produza a roda e lhe dê a função original, mas garantidamente a roda vai voltar ao seu lugar de origem”. A recuperação da Casa da Azenha vem dar um outro aprumo à zona ribeira de Barcelos, fazendo um belo conjunto com outros imóveis de inegável valor, dos quais se destacam a Ponte Medieval, a Igreja de Santa Maria Maior, a Muralha de Barcelos, o Paço dos condes de Barcelos e o Pelourinho da Povoação Medieval. 

9. Museu de Olaria 

O Museu de Olaria ocupa o edifício da antiga “Casa dos Mendanhas Benevides Cyrne”, situado em pleno centro histórico da cidade. Foi criado em 1963 e abriu ao público em 1995. Integra a Rede Portuguesa de Museus (Instituto dos Museus e da Conservação) desde o ano 2000. O seu acervo, que conta atualmente com cerca de 9000 peças, é constituído essencialmente por coleções de cerâmica portuguesa fosca e vidrada (de norte a sul) e estrangeira (de Angola, Argélia, Brasil, Timor, Chile, Espanha e Cabo Verde). 

Tem como missão a aquisição, a investigação e a divulgação desse importante patrimônio olárico, bem como, a sua preservação. Poderá apreciar peças de louça preta, louça vermelha fosca, louça vermelha vidrada e ?gurado. 

  

10. Igreja de Nossa Senhora do Terço 

Em 1707, o Bispo de Braga D. Rodrigo de Moura Teles deu ordem para o lançamento da primeira pedra de um convento de freiras beneditinas, obedecendo assim ao pedido do rei D. João V para cumprimento do desejo de seu pai D. Pedro II. Uma inscrição na parede ao lado do portal assim o conta. O exterior da Igreja de Nossa Senhora do Terço é muito sóbrio e simples mas o interior releva-nos uma dos melhores exemplos do barroco português, com a harmoniosa combinação entre pintura, azulejos e talha. 

O teto de caixotões de madeira e os painéis de azulejos que cobrem totalmente o corpo da igreja, pintados em 1713 pelo mestre Antônio de Oliveira Bernardes, mostram uma iconografia riquíssima sobre a vida de São Bento. Na capela-mor, P.M.P., um outro mestre azulejador barroco, assina dois painéis contando a fundação do monumento e a entrada da primeira freira no convento. De notar ainda o trabalho do púlpito de dossel atribuído a Gabriel Rodrigues Álvares e os altares de talha dourada atribuídos a Ambrósio Coelho que completam o programa decorativo da igreja, de reconhecida qualidade. 

11. Paços do Concelho 

Este edifício é o resultado de uma série de anexações, reformas e acrescentos a partir do núcleo dos velhos Paços do Concelho, a que a grande remodelação e ampliação iniciada em 1849 procurou dar uma certa unidade. Aglomera o antigo Hospital do Espírito Santo, que serviu de posto de assistência dos peregrinos a Santiago de Compostela e a antiga Capela de Santa Maria, ambos do século XIV. 

A Torre e Casa da Câmara são do século XV e a Igreja da Misericórdia do século XVI. Todas as faces da história deste(s) edifício(s) foram-lhe devolvidas já nos nossos dias através de uma ação de reabilitação e valorização. 

12. Igreja Velha de Manhente 

Constituiu-se em um convento de modestas proporções, cuja data de fundação poderá remontar até à primeira metade do século X, e do qual restam apenas, em nossos dias, a chamada Torre de Manhente e a Igreja Matriz de Manhente. O mosteiro foi fundado por D. Pedro Afonso Dorraes e sua esposa D. Gotinha Oeris, tendo passado depois à sua filha D. Teresa Pires casada que foi com D. Ramiro Aires, Nobre e Rico-homem do Condado Portucalense e um dos primeiros a usar o nome de família Carpinteiros. O templo tem feições românicas, é de arquitetura religiosa, gótica e barroca. A antiga igreja monacal românica é constituída por uma planta longitudinal, com nave única, capela-mor e adossada lateralmente, estreita sineira e sacristia. 

A igreja também apresenta fachada principal em empena, rasgada por portal românico, de quatro arquivoltas decoradas, com temas característicos do românico da bacia do Cávado e de Braga, tais como folhas lanceoladas, motivos entrelaçados, rosetas, axadrezado com rolos, quadrifólios, dentes de serra e óvalos. As arquivoltas apoiam-se em impostas decoradas com corações invertidos, que se prolongam pela fachada. Este tipo de decoração é semelhante ao usado no portal da igreja do Mosteiro de Santa Maria das Júnias. As três arquivoltas interiores apoiam-se igualmente em colunas com bases decoradas e capitéis semelhantes aos do Mosteiro de Ermelo, em Ansiães, decorados por colchetes, folhas lanceoladas, motivo vegetal, acantos e entrelaçados. 

Redação
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